A miudeza da miúda

A discussão do momento em algumas miúdas é a quantidade de vereadores que teremos e a homofobia do ex-militar que virou deputado. Providencialmente estão desviando do crime de racismo que ele cometeu. Quantidade eu não discuto. Já a qualidade, esta sim, gostaria de ver sendo questionada a cada eleição pelo eleitorado, por mim e pela miúda. Já o tal deputado, além de ser execrado por sua homofobia, deveria ser julgado e preso pelo seu racismo, ou será que já discrimalizaram o racismo?

Miúda é como chamo a mídia. Aqui, cabem todas as possibilidades que estão contidas nos significados da palavra. Indo do miúdo de nossos irmãos lusitanos, referindo-se a menino, aos miúdos do matuto, lá da morraria de Santa Maria no distrito da Glória, quando eviscera o porco.

Entre miúdo e moleque, prefiro a palavra vinda da África. Nossa língua não é só latina é também afro-indígena em suas raízes. Moleque é bem o feitio de uma boa parte da miúda.

A miúda em papel, pendurada no varal da banca do Giovanni, continua reverberando uma estupidez que circula pela internet. Chama de “Bolsa bandido” um benefício destinado aos dependentes de segurados da previdência que se encontram reclusos. Se ao menos se dessem ao trabalho de ler a instrução normativa que tanto citam, não cometeriam tal desatino. Isto é molecagem de fascistas. É desinformação, papel que sempre coube a boateiros não a jornalistas. Não os vejo tão preocupados em denunciar as relações nada ortodoxas entre empreiteiros e entes públicos.

Outro papel da miúda, pelo menos a do rádio o faz sem parar, é bater sem piedade no legislativo, não que a maioria deles não mereça, são pródigos em produzir e falar bobagens. Haja vista o dia do fluminense, a lei que obriga a cumprir a lei e outras besteiras que fazem a alegria dos humoristas. Mas tentar desqualificar o poder que é a cara do eleitorado, afirmando estarem prestando um serviço à população, é estar a ofender as escolhas do povo e a serviço dos que querem a população tutelada.

O curioso é que as criticas ao executivo, raleiam à medida que a grana da publicidade e outros serviços vão lubrificando a conta corrente da miúda. Já o judiciário quando é criticado é sempre no plural, lá ninguém tem nome. Parece-me que a miúda não gosta de trocar em miúdos os porquês do nosso judiciário além de ser um paquiderme que custa caro, é de uma lerdeza exasperante. Para mim é atitude de covardes. Mas o que mais me diverte na miúda é vê-la arrotar sem parar que é isenta, neutra e apartidária.
É ou não é de uma descarada e hipócrita miudeza a nossa mídia?

5 comentários:

Anônimo disse...

Na mosca, amigo! no mosca.
parabéns e um abraço.
fernando abritta

Pequeno disse...

José Antônio, seu texto começa a fazer cair algumas máscaras de nossa imprensa. Estou repassasand. Bola sete!

Jornal do Forasteiro disse...

Ao criar um blogue o autor tornou-se também um miúdo, não? Estou esperando suas críticas para que não precise dizer que ele é mais um comprado pelo executivo e talvez pelo legislativo, já que voce faz parte do poder, não é pequeno ?

Chico Cabral disse...

Faça seu jormalismo onde lhe for possível.É sempre mais uma válvula de pressão que se abre. Viu como já começou a repercurtir?

Anônimo disse...
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