Final dos setentas ou início dos oitentas, não sei bem o ano. Jorge Napoleão e Pury capitaneavam o Studio2, época, para mim, marcante.
Jorge Napoleão é o autor de uma célebre fotografia do Chico Peixoto. Copiada e recopiada em vários suportes por muita gente. Vestido num terno de linho branco, bengala na mão, o escritor aparece andando por uma rua de Cataguases. É de uma chapliniana poesia.
Do Pury guardo na memória até hoje, uma exposição fotográfica, organizada no Studio2, o espaço funcionava num casarão já demolido, naquela rua que sai da praça Rui Barbosa, passa pelo largo do Rosário ou pracinha do dr Lídio, atravessa o Meia Pataca e termina lá na subida do colégio. Ufa! Que rua cumprida hem? Sei que ela tem vários nomes no curto trajeto e algumas alcunhas populares. O colégio chama-se nada mais nada menos que: Francisco Inácio Peixoto.
Da exposição, lembro-me de uma serie de fotos em branco e preto, onde viam se várias galinhas e alguns perus. Perus era para nós algo inusitado, só os conhecíamos lá das telas do Cine Machado ou do Cine Edgard, naqueles filmes americanos em que alguma família comemorava o tal dia de Ação de Graças, além é claro daquela máxima popular que diz: “Peru é que morre de véspera...” mais aí, já é natal e nós filhos de tecelões devorávamos na ceia natalina era uma suculenta galinha caipira bem assada com muita farofa dentro.
As galinhas, estas sim, faziam parte do nosso dia a dia, uma galinha ao molho pardo, com um quiabo então era, era não, é uma delícia. As mamães, no pós-parto degustando uma canja, que lá no campo do flamenguinho virava aquele refrão: “... é canja... é canja... é canja de galinha... arruma outro time pra jogar com a nossa linha...” Já certas moçoilas mais afoitas e afeitas a uma noitada, logo, logo, de forma até maledicentes eram adjetivadas como se galinhas fossem. Nossos dons juans que nunca resistiram a nenhum rabo de saia, até hoje são conhecidos como os “galinhas”.
O Pury como se vê está na galinhagem há muito tempo, digo, na fotografia há muito tempo. Andou se metendo com pintura, escultura, mas a meu ver o seu universo são os acetatos. Sempre que nos encontramos ele está com um roteiro novo para um curta metragem, com os polegares em angulo reto com os indicadores enquadra um rosto, uma paisagem e leva-nos pela abstração de suas idéias ainda inconclusas. Em certas ocasiões senta (ou assenta?) conosco no buteco da rua do sobe-e-desce, charuto em punho parecendo um daqueles cineastas roliudianos, empolgado com um média metragem, quase nos convence que quem está ali é Antonioni em pessoa. Muitos começam a sair de fininho quando ele todo empolgado verbaliza um fantástico roteiro de um longa metragem.
Vejo suas incursões pela pintura e escultura, como os desenhos de Akira Kurosawa, na busca de detalhamento de seus roteiros. Inquieto se meteu à terapeuta em certos malucódromos, os roteiros desta fase deixariam Woody Allen de queixo caído e Bergmam babando de inveja.
Ele é de certa forma o herdeiro de Humberto Mauro e da turma do O Anunciador. O sete e meio lá de cima é uma interconexão entre Pury, Fellini e o único horário do único cinema de Cataguases que ainda funciona. Até quando? Nem o dragão da maldade nem o santo guerreiro sabem. Mas se bobear uma certa Universal, que não é a Pictures, assume o espaço.
Jorge Napoleão é o autor de uma célebre fotografia do Chico Peixoto. Copiada e recopiada em vários suportes por muita gente. Vestido num terno de linho branco, bengala na mão, o escritor aparece andando por uma rua de Cataguases. É de uma chapliniana poesia.
Do Pury guardo na memória até hoje, uma exposição fotográfica, organizada no Studio2, o espaço funcionava num casarão já demolido, naquela rua que sai da praça Rui Barbosa, passa pelo largo do Rosário ou pracinha do dr Lídio, atravessa o Meia Pataca e termina lá na subida do colégio. Ufa! Que rua cumprida hem? Sei que ela tem vários nomes no curto trajeto e algumas alcunhas populares. O colégio chama-se nada mais nada menos que: Francisco Inácio Peixoto.
Da exposição, lembro-me de uma serie de fotos em branco e preto, onde viam se várias galinhas e alguns perus. Perus era para nós algo inusitado, só os conhecíamos lá das telas do Cine Machado ou do Cine Edgard, naqueles filmes americanos em que alguma família comemorava o tal dia de Ação de Graças, além é claro daquela máxima popular que diz: “Peru é que morre de véspera...” mais aí, já é natal e nós filhos de tecelões devorávamos na ceia natalina era uma suculenta galinha caipira bem assada com muita farofa dentro.
As galinhas, estas sim, faziam parte do nosso dia a dia, uma galinha ao molho pardo, com um quiabo então era, era não, é uma delícia. As mamães, no pós-parto degustando uma canja, que lá no campo do flamenguinho virava aquele refrão: “... é canja... é canja... é canja de galinha... arruma outro time pra jogar com a nossa linha...” Já certas moçoilas mais afoitas e afeitas a uma noitada, logo, logo, de forma até maledicentes eram adjetivadas como se galinhas fossem. Nossos dons juans que nunca resistiram a nenhum rabo de saia, até hoje são conhecidos como os “galinhas”.
O Pury como se vê está na galinhagem há muito tempo, digo, na fotografia há muito tempo. Andou se metendo com pintura, escultura, mas a meu ver o seu universo são os acetatos. Sempre que nos encontramos ele está com um roteiro novo para um curta metragem, com os polegares em angulo reto com os indicadores enquadra um rosto, uma paisagem e leva-nos pela abstração de suas idéias ainda inconclusas. Em certas ocasiões senta (ou assenta?) conosco no buteco da rua do sobe-e-desce, charuto em punho parecendo um daqueles cineastas roliudianos, empolgado com um média metragem, quase nos convence que quem está ali é Antonioni em pessoa. Muitos começam a sair de fininho quando ele todo empolgado verbaliza um fantástico roteiro de um longa metragem.
Vejo suas incursões pela pintura e escultura, como os desenhos de Akira Kurosawa, na busca de detalhamento de seus roteiros. Inquieto se meteu à terapeuta em certos malucódromos, os roteiros desta fase deixariam Woody Allen de queixo caído e Bergmam babando de inveja.
Ele é de certa forma o herdeiro de Humberto Mauro e da turma do O Anunciador. O sete e meio lá de cima é uma interconexão entre Pury, Fellini e o único horário do único cinema de Cataguases que ainda funciona. Até quando? Nem o dragão da maldade nem o santo guerreiro sabem. Mas se bobear uma certa Universal, que não é a Pictures, assume o espaço.
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