Por Emanuel Medeiros Vieira
(Para os que ainda têm memória)
Hoje, 30 de abril de 2013, faz 32 anos do atentado no Riocentro, quando um show iria comemorar o Dia do Trabalho.
Quem se lembra? A bomba caiu no colo do governo Figueiredo que, na prática, terminou ali. Quatro anos depois viria a democracia.
Aprendemos alguma coisa? Quem não lutou desinteressadamente pelos valores republicanos e éticos (e não caiu no peleguismo, no aparelhamento, nas facilidades e na corrupção), não deve saber o valor da democracia. Vivemos tempos inglórios, áridos, mesquinhos e pétreos? Cabem os adjetivos. Sem nostalgia, poucas vezes (acho que nunca) se viu uma classe política – metáfora da sociedade brasileira – tão ruim, tão mesquinha, tão disposta a servir-se da Política e não servi-la. Não digo nada de novo: é o reino absoluto do fisiologismo e do deslumbramento (tosco) com as benesses do poder. Na realidade, a violência espraia-se. Quem vive no Nordeste, percebe como ele se tornou mais violento. Na Bahia, os ataques a caixas eletrônicos são diários, e também nas cidades menores. As pessoas estão com medo. E isso é obra humana, não maldição dos deuses. Aqui não só reina Ivete Sangalo, Carlinhos Brown, Cláudia Leite ou Daniela Mercury. Para a mídia, criar essa noção de “carnavalização” e de alegria baianas, é algo muito rentável. Mas mentiroso. Mas falava do Riocentro. Hoje: temos algum projeto de Nação? Por mais que se possa discordar de Getúlio, de Juscelino ou de Jango, havia um projeto de País. Bolsa-Família, “Minha Casa, Minha Vida” são programas de transformação de uma nação desigual? É apenas a repetição de “malfeitos” e da perda de qualquer escrúpulo para ficar no poder. Eu sei: não é de agora. ”Sou um sobrevivente por ter conseguido manter alguns valores éticos”, dizia José Saramago.
REPITO: QUEM SE LEMBRA DO ATENTADO NO RIOCENTRO?
Termino com a frase de Nietzsche: a mim não foi concedido o benefício do esquecimento.
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